As cidades têm um papel fundamental na busca por soluções e políticas para reduzir os problemas que resultam nas atuais mudanças climáticas globais. As áreas urbanas são, hoje, responsáveis por mais de 70% das emissões de dióxido de carbono (CO2) – uma das principais causas do efeito estufa e de suas consequências para o meio ambiente e para a vida de todos.
O percentual é significativo, uma vez que os municípios ocupam apenas de 0,4 a 0,9% da superfície terrestre, como aponta a pesquisa “Efeitos da mudança da população ou densidade nas emissões urbanas de dióxido de carbono”, publicada pela Nature Communications – canal especializado em estudos no campo das ciências naturais.
O levantamento analisou a relação entre densidade e emissão de gás carbônico por uma perspectiva diferente das investigações efetuadas sobre esse assunto até o momento, verificando simultaneamente os reflexos da população e da área sobre a quantidade de CO2 liberado, assim como as possíveis interações entre essas duas métricas urbanas. Entre as descobertas feitas pelos pesquisadores está a de que o adensamento sempre tem menos impacto que o crescimento populacional.
O planejamento urbano das cidades e a maneira como as pessoas acabam se distribuindo por seu território e em seu entorno afetam o volume de dióxido de carbono liberado, assim como de outros gases de efeito estufa. Localidades mais espraiadas e com áreas metropolitanas em processo de expansão, provocam alterações nos deslocamentos com percursos diários feitos entre casa e trabalho e/ou estudo, aumentando as viagens e o uso do automóvel e colaborando para o incremento das emissões de gás carbônico.
Os padrões de condução dos moradores desses lugares, que passam mais tempo se deslocando e utilizando seu carro para fazer compras e outras atividades diárias. Por sua vez, nos centros urbanos as pessoas vivem em unidades menores – seja em edifícios de apartamentos ou em casas multifamiliares –, consumindo menos espaço o que gera, em média, menos gases de efeito estufa liberados.
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