Pensar na ideia de linha é incrível. Ela é a sequência de apenas um único ponto e, se segue em frente, sem princípio e sem fim, mantendo-se sempre na mesma direção, ganha o nome de Linha Reta. Já a Linha Curva é aquela que resolve mudar de direção, vira, volta e vira, dançando no espaço, sempre em movimento.
Cecília Meireles, no poema Desenho, parou e pensou: “Traça a reta e a curva, a quebrada e a sinuosa (…) Cuida com exatidão da perpendicular e das paralelas perfeitas. / Com apurado rigor. Sem esquadro, sem nível, sem fio de prumo, traçarás perspectivas, projetarás estruturas.”
Oscar Niemeyer, poeta da curva, definiu essa linha como um algo mais interessante: “Se a reta é o caminho mais curto entre dois pontos, a curva é o que faz o concreto buscar o infinito.”
E a escada, aquela “que sobe e que desce”, também no seu movimento de linha, ganhou poesia de Mário Quintana, em Escada de Caracol: “Escadas de caracol / Sempre são misteriosas: conturbam… / Quando as desce, a gente se desparafusa… / Quando a gente as sobe se parafusa.”
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